Eis um artigo curioso para acalmar a ansiedade dos pais que têm de deixar os seus filhotes no infantário. Parece que o S. está no grupo dos que se adaptam mais facilmente, por serem os mais pequeninos. Nem tudo é mau, então.
O artigo fala de uma nova etapa. Tudo bem. Mas não fala do quão angustiante é para os pais deixarem lá os seus filhos! É um mal necessário? É. É importante para o seu desenvolvimento? Sem duvida.
Durante meses a palavra infantário foi quase que banida lá de casa para evitar que eu fosse ás lágrimas quando me apercebi que essa seria uma realidade que estaria para breve.
tentei ver sempre o lado positivo da questão e valorizar as recordações que eu própria tinha do infantário, que são excelentes. Adorei o meu infantário, as atividades que lá desenvolvia, as educadoras, os colegas, enfim tudo ou quase tudo pois lembro-me que me obrigavam a comer a sopa coisa que eu detestava. :)
Mas pensar em deixar o S. um dia inteiro ao cuidado de outras mãos que não as minhas, foi atormentador. Tão pequenino, sem saber manifestar-se se dói, se tem frio, fome ou sono parecia-me uma odisseia para alguém que iria tomar conta dele e que dele nada sabia. Eu sim sabia interpretar cada choro, cada som, eu sim conhecia-o.
A adaptação correu bem para ambos pois eu sabia que passado umas horinhas iria busca-lo mas quando no dia 20 de Janeiro me apercebi que a partir daquele dia era a valer, fiquei destroçada! Aquele dia em que eu tive de me separar do S. por mais tempo. que mesmo que tivesse saudades não poderia sair para ir busca-lo. A sensação que tive foi tê-lo deixado num "depositário". Sim porque ele só está lá aos 5 meses e meio porque eu tive de voltar ao trabalho e não pude ficar com ele, por isso para mim fazia sentido ser um "depositário" onde eu depositava o meu filho durante aquelas horas em que não podia ficar com ele. Dá para perceber que passei o dia inteiro a chora ou de lagrima no olho.
No dia seguinte foi um bocadinho menos difícil e nos que se seguiram também. Foi muito importante dia após dia encontra-lo sempre bem disposto, deixá-lo lá sorridente quando via as educadoras. Foi fundamental a empatia que tive com as educadoras pois tornou-se mais fácil confiar quando lhes entrego o MEU filho e menos ansiedade me causa.
Já passaram quase 2 semanas de infantário e noto que ele está bem e é bem tratado. Sei que, por muito que me custe, tomei a opção certa de pô-lo no infantário tão cedo.
O que dói é a separação. A segunda grande separação, depois do parto, daquele pequeno ser que mal chegou tomou a nossa vida por completo. Os últimos 5 meses e meio tinha sido de puro encanto e aventura e estávamos tão bem dentro da bolha que é a licença de maternidade que custa sair dela para voltar à realidade.
Hoje já aceito bem a ida dele para o infantário mas não deixo de sentir aquele apertozinho por não estar com ele. Não são só eles que são dependentes de nós. Por vezes são precisas estas "separações" para compreendermos que também nós somos muito dependentes deles. E isso é que dói.
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