Não dizem que a energia é mais barata durante a madrugada? Não dizem que quem muito dorme pouco aprende? Então eu pus tudo isto em pratica na ultima noite. Digamos que não tive outro remédio. Passo a explicar.
H. fora, para variar, virose na creche, para variar também (vírus cosxackie, da família das enteroviroses - comumente conhecido por síndrome pé-mão-boca), S. abatido e febril quando vou busca-lo à creche. O que é que se pode pensar? Isso mesmo, já tenho entretenimento para o meu serão.
Mas porque é que estas Sventuras acontecem todas quando eu estou sozinha?! Sinto um misto de preocupação e cansaço merecedores de serem compensados com mimos como uma tarde de SPA. OK H.? (direta tal como os homens esperam que sejamos)
Come, não come, despe, não despe, tem febre, não tem febre, pelo sim pelo não dorme comigo para controlar a temperatura - Quero lá saber, ainda a noite não tinha caído, o que vem nos manuais sobre as crianças não irem para a nossa cama!
Tudo aparentemente controlado. O meu colchão abraçado a mim em jeito de que me queria sugar e manter-me naquele sono leve mas muito agradável.
Lá pelas 3 da manha o S. começa a ficar agitado. Como se fosse mar-chão a ficar com ondulação forte repentinamente. Passado algum tempo, essa ondulação rebenta em cima de mim. Já está!
Levanto-me aflita para volta-lo de lado, e mais uma onda a rebentar não sei bem onde porque ainda permanecíamos ás escuras. Procuro a luz do telemóvel enquanto mais uma onda rebenta por cima de nós. Liguei a luz. Ah finalmente! Cum caraças! Nunca mais encontrava o interruptor.
A luz acendeu e eu vi o maior graffiti que a minha casa alguma vez teve. Naquela cama nem eu nem o S. escapamos a tamanha má disposição.
A minha manhã começou ali. Primeiro fomos a banhos. Trocámos os nossos pijamas por outros sequinhos e cheirosos. Voltei a por o S. a dormir, desta vez na cama dele. Depois foi a vez de pôr a máquina de roupa a lavar. Lá está, para poupar energia. Dava jeito que a água também fosse mais barata neste horário especial. Retirar toda a roupa de cama do quarto. Pegar na esfregona. De seguida num pano húmido e depois, porque não, dar um acabamento de "Pronto" para ficar tudo mais cheiroso e luzidio.
Voltou a acordar. Xii, no timing. Não quer ficar sozinho. Quer a minha mão. Tentei sair uma, duas, três...não quer deixar a minha mão. Deixo-me ficar não sei por quanto tempo. Saí, tenho noção, por uma breve meia hora para me encostar na única "cama livre", o sofá. Até que ele me voltou a chamar. Vou busca-lo, aninha-se no meu colo e deita-mo-nos juntos, no sofá. Até ás 8h00. São horas de levantar. O dia de trabalho está a começar.
Alenta-me o facto de saber que poderá ter sido um episódio isolado de má disposição, normal em qualquer ser humano, pequeno ou grande. Sintomas do vírus sem manifestações ate agora. Ficou em casa por precaução mas está bem, como se nada fosse. Já eu tenho a sensação de ter sido enrolada numa onda e ter andado vezes sem conta a bater na areia até estalar todos os ossinhos que tenho no corpo.